A Petrobras informou ao mercado ontem (segunda, 05), que os preços de venda do gás natural para as distribuidoras terão aumento de 39% a partir do dia 1º de maio. Medido em dólares, o aumento será de 32%. “A variação decorre da aplicação das fórmulas dos contratos de fornecimento, que vinculam o preço à cotação do petróleo e à taxa de câmbio”, diz a petrolífera.
A empresa destaca que as atualizações dos preços dos contratos são trimestrais, ou seja, para o período e maio, julho e julho a referência são os preços dos meses de janeiro, fevereiro e março, quando o petróleo teve alta de 38%.
Outro ponto que influencia o preço é a alta de 31% do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) entre março de 2020 e março de 2021, no repasse dos custos incorridos pela companhia para o transporte do insumo até o ponto de entrega às distribuidoras.
“Apesar do aumento em maio, junho e julho, ao longo de 2020, os preços do gás natural às distribuidoras chegaram a ter redução acumulada de 35% em reais e de 48% em dólares, devido ao efeito da queda dos preços do petróleo no início do ano”, pondera a Petrobras.
A empresa também esclarece que o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda, mas também pelas margens das distribuidoras (e, no caso do gás veicular – GNV, dos postos) e pelos tributos federais e estaduais. “Além disso, o processo de aprovação das tarifas é realizado pelas agências reguladoras estaduais, conforme legislação e regulação específicas.”
Impacto
Importante não confundir gás natural com o tradicional gás de cozinha (o de botijão). No Brasil, 91% das famílias usam gás de botijão para cozinhar, enquanto apenas 8% usam gás encanado (como é chamado o gás natural), segundo dados de 2019 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O impacto chegará ao consumidor final de forma indireta, já que o gás natural compõe os custos de produção em várias indústrias, que obviamente repassarão a alta de custos nos produtos vendidos.
Outro impacto da alta do gás natural será na conta de luz, já que o custo para geração térmica deve subir, o que tende a ser repassado aos preços pelas distribuidoras de energia em seus reajustes anuais.